Look do dia

Meu Pisêro

Textos

A auto-sabotagem e o controle ilusório que ela traz

Sentimentos

Em um relacionamento sério (comigo mesma)

Não se prenda as partes de você que não se conectam mais a quem você é hoje

11jun

Por onde eu começo?

Esse título imenso é só algo que vi pelo twitter, mas que me deixou pensando… Pensando ao ponto de eu largar o celular e ficar encarando a parede fria e escura do meu quarto, por sólidos segundos que pareceram minutos inteiros. Com a aceleração atual da nossa mente, ficar 5 segundos imóvel olhando pra um espaço vazio é o suficiente pra te olharem com preocupação.

Eu mudei mais do que gostaria de admitir. Parte de mim nega isso, mas uma parte que reconheço como a que sempre tenta me sabotar. Então o quão confiável essa negativa é, de verdade?

Me sinto velha demais pra admitir que mudei. Como se houvesse idade pra isso. Me sinto velha demais pra muita coisa. Velha demais pra passar a me exercitar. Pra mudar minha alimentação. Pra mudar de carreira. Pra estudar coisas novas.

Velha demais pra mudar qualquer aspecto que uma Suelen de 20 anos já havia pré-estabelecido. Por quê?

O desconhecido. O medo de passar por algo tão terrível que chega a dar medo de imaginar. É o ponto que a gente se pega pensando “mas qual o pior cenário que poderia acontecer se eu fizer isso?” E o cenário é algo apocalíptico e totalmente não relacionado com a realidade.

O que eu preciso fazer pra mudar de vez? Eu tenho me agarrado muito nas poucas comodidades que minha vida aos 20 me proporcionava. Eram muitas aos 20, poucas hoje. Não quero soar ingrata. Mas em comparação, sim, são bem poucas.

Uma necessidade de mudar sem sair do lugar. Mas estaria mudando de verdade? Ou apenas maquiando uma dor antiga?

Eu sou covarde. Não com os outros, nunca com os outros. Mas comigo mesma. Me negligencio a cada oportunidade dada. Sou covarde.

Mas não quero mais ser.

Suelen Cosli

Eu me perdi

25nov

Eu tenho me sentido muito sozinha. Uma solidão massante, esmagadora, que aperta o peito num vácuo absoluto. Um vácuo figurativo mas que nada escapa.

Eu nunca entendi como eu posso me sentir assim estando sempre rodeada de gente. Tenho muitos amigos. Sou até zoada por isso as vezes, de forma positiva até.

“Aii a suelen é sagitariana raiz, faz amigos com muita facilidade, é cheia das amizade”, “muito a mãezona que quer juntar vários grupos num grupão só, adora essa salada de gente”.

Sempre fui assim. Então como que é isso, de uma pessoa como essa, se sentir sozinha?

As amizades são falsas? Não. Já foi muito iludida mas ja aprendeu a separar o autêntico do passageiro. As amizades são reais e são lindas.

Os relacionamentos são rasos? Não. Todos foram intensos. O atual é real. O amor existe, tem companheirismo, tem esforço pra dar certo e construir um futuro.

A família é distante? Não. Quem importa ta sempre por perto, na verdade chega a sufocar as vezes.

Então que solidão é essa quando se está rodeado de atenção? De companheirismo?

Depois de muito bater cabeça com essa pergunta, eu entendi. A solidão não vinha de fora. Vinha de dentro.

Eu me perdi de mim.

Eu to sozinha aqui dentro.

Eu sempre fui de muitas amizades sim, mas mais ainda sempre me bastei em tudo. Nunca gostei de depender de ninguém pra nada. Trabalho, estudos, viagens, sempre fiquei mais confortável sozinha. Decidindo tudo por mim e pra mim e não tendo ninguém que dependesse de mim de mim também.  Batendo no peito pra dizer “eu fiz isso sozinha, não preciso de ninguém” a sensação era muito boa. Eu sentia que podia dominar o mundo a hora que eu quisesse, que não precisaria esperar ninguém pra isso, porque eu sempre queria tudo pra já. Eu era assim.

Até que eu me perdi.

Não faço ideia do meu paradeiro atualmente. Olho no espelho e não me vejo mais. Vejo uma casca, familiar, com um certo “quê” de deja vu. Uma coisa meio uncanny valley. Mas eu não to mais ali.

E eu nem sei desde quando. Não consigo me lembrar quando comecei a me esvair.

Foi muito sutil, foi com o tempo.

E perceber isso foi como nos filmes. Quando um personagem recebe uma ligação de alguma autoridade falando que alguém desapareceu. Aquela sensação de peso descendo a garganta arrastando as entranhas junto mas sem chegar a rasgar. Alguém que significasse o mundo pra aquela pessoa desapareceu. Um filho, um marido, uma mãe. Mas era eu mesma.

Eu sumi.

E eu não sei nem onde procurar ou sequer se adianta procurar.

Se eu vou me encontrar de novo um dia.

Porque que habilidades uma casca, vazia e simples, frágil, absurdamente quebradiça, poderia ter pra isso? Porque é exatamente assim que eu me sinto.

Eu to rodeada de gente. Pessoas que me amam, e que se preocupam comigo, e eu me preocupo com elas também. To rodeada de coisas. Que eu usava, que eu pretendo usar um dia, que eu não quero mais usar porque ja não me identifico. Ou talvez eu – a casca – não se identifique.

Eu me sinto sufocada na bagunça que eu mesma criei, e a única pessoa que pode mudar isso sou eu mesma. Mas eu não to mais aqui.

Então eu permaneço imóvel, vendo tudo acontecer, esperando sem saber que eu magicamente volte pra mim.

Esperando. Apática, sem ver sentido em nada. Nada faz sentido na minha vida se eu não estiver aqui pra fazer ela andar. Eu to no banco do passageiro de um carro parado no acostamento, sem motorista. E eu não sei dirigir.

Eu não faço ideia de onde eu possa estar.

E eu nunca senti tanto a falta de alguém na minha vida quanto eu to sentindo de me ter agora.

Por que eu me abandonei?

E pra onde eu fui?

Suelen Cosli

Meu Pisêro

14maio
Bem nonequinha sorridenta

Sim. É ELA CARALHOOOOO (desculpa, to empolgada)

Hoje, na nossa reestréia, temos um look da Shein. Frente a diversas situações de desânimo total com certas plataformas que simplesmente não entregam mais o conteúdo como antes, decidi atrelar meu trabalho lá redigindo meus posts completos aqui, como antigamente. Pouca coisa muda na real. Só no meu ânimo e saúde mental mesmo pra não sair pelada na rua gritando EU TE ODEIO MARK ZUQUEBERGUE

E pra não perder as raízes, o look do dia tem como título uma música: Meu Pisêro, da minha diva e crush eterno Duda Beat. Dá play aqui em cima e continua rolando o post!

Agora; vamos falar de coisa frívola e fabulosa que a gente ama.

Look do dia!

Fiz uma compra na Shein pela primeira vez em uns 10 anos, nem lembrava mais da existência da bichinha mas ela foi ressucitada pela nação tiktoker. Mais que isso, vi muitas meninas do meu tamanho de mulherão 44 muitíssimo satisfeitas com suas compras na ramificação da loja chamada Shein Curve. Sabe aquelas roupas estilosinhas e tendência atual que a gente acha em fast fashion por aqui mas que só vai até o tamanho G (que as vezes parece um P)?

Cata as pernoca da mãe

Pois é mores, esse é o maior chamativo da Shein Curve. Roupas nesse estilo que foge do plus size que a gente conhece (que parece roupa de senhorinha sem qualquer marcação e com estampas de pano de prato), e focam no que todas deveriam estar usando; aquilo que fica bonito nas meninas magras, e também fica lindo nas minas de todos os outros tipos de corpo!

Eu me vejo no espectro considerado mid-size. Ou seja, nem magra, nem gorda, tanto no âmbito da aparência física como pela forma que é vista pela sociedade. Podemos falar melhor sobre isso outro dia aqui mesmo, vou amar escrever sobre, me sentir pertencente a uma categoria finalmente me deu uma certa paz com o meu corpo como ele é. <3

Agora vamos falar sobre esse look!

Pedi um total de 4 peças, esse conjunto, uma blusinha e um vestido. Ansiosa pra fotografar o resto e postar aqui <3
O encaixe desse conjunto foi PERFEITO! Não me apertou em lugar nenhum e portanto não me deixou desconfortável, o corte é mega lisongeiro especialmente pra quem tem muito corpo que nem eu (e metade do brasil né mores), a cor é igualzinha a do site e a estampa é de margaridinhas brancas. To apaixonada realmente.

O lado negativo dessa compra eu especifiquei direitinho lá no insta (aqui), o que me desmotivou um pouco a comprar de novo, mas quem sabe… Mandem jobs pra eu torrar em roupa, bjo

look do dia shein verde curve plus size

Onde tem?

Vou deixar os links aqui embaixo e também os tamanhos que pedi no caso das roupas:
Conjunto verde: Shein (Pedi o tamanho 2XL, mas acho que o 1XL teria ficado perfeito também, preferi pecar pelo excesso kk)
Bolsa Caramelo: Sapatinho de Luxo
Rasteirinha branca: Sapatinho de Luxo
Colares de olho grego: Sublime (Compra local, no stand do Millenium Shopping)

Voltando de vez o blog ou não? Não tenho certeza. Mas que escrever isso aqui, mesmo sabendo que ninguém vai ler (porque ninguém mais lê blog KKKKKKK) me deixou mega feliz, só por estar escrevendo mesmo como antigamente e isso aqui era só um hobby gostosinho. Acho que voltei sim.

Beijos da tia Suh!

PS: PE ESSE QUE SAUDADE DOS PE ESSE
PS2: Dois biscoito pra quem identificar os adesivos no meu carro.
PS3: Fotos feitas magnificamente pelo meu amor Rodrigo Leão <3
PS4: Playstation 4

Suelen Cosli

A auto-sabotagem e o controle ilusório que ela traz

30jun

Esse final de semana saí da minha cidade em um avião pela segunda vez nesse ano. É engraçado como pisar em um aeroporto me deixa reflexiva sobre tudo que tá acontecendo na minha vida em dado momento. E foi irônico, porque da mesma forma que eu estive no dia anterior no consultório da minha psicóloga, chorando muito dizendo como me sentia sozinha… No dia seguinte, estava vibrando de felicidade em estar viajando, em especial, sozinha. Estar nas nuvens, mesmo que por um período tão pequeno, foi uma sensação tão familiar e ao mesmo tempo me surpreendeu ao ponto de eu sentar pra escrever esse post hoje, em cima da ironia desses dois extremos do mesmo estado; o estar sozinho. E por quê?

Temos medo do desamparo ou de reconhecer quem somos na forma mais crua, quando não tem ninguém por perto? Ou talvez os dois?

Então… Eu fui pra Parintins mais uma vez esse ano. Sinceramente, além de feliz, fiquei surpresa. Porque devido a todos os últimos acontecimentos na minha vida, que de uma forma ou de outra me frearam tanto a ponto de eu sentir que estava indo pra trás, eu sentia que “não merecia” estar indo.

Pensando nesse termo, “ir para trás”, brinquei pensando que de certa forma isso nem deveria ser algo ruim… Já que eu costumava ter um controle melhor da minha condição psicológica no passado.

Exceto que eu estava literalmente andando pra trás, sem saber se iria pisar em falso e me machucar, mas sentindo que era isso que ia acontecer e que era inevitável. Afinal era melhor que eu mesma caísse, do que ter outra pessoa me empurrando. Uma sensação de controle…?

No ano passado, eu redescobri o que era estar sozinha. Que a palavra em si tem uma carga pesada, mas conforme percebi, desmerecida.

Ainda sobre o ano passado, se teve algo que eu aprendi foi que o “estar sozinho” acaba sendo diferente da solidão, apesar do dicionário não diferir o sentido dos termos. Na teoria, são a mesma coisa. A prática nós temos que viver pra assimilar.

Eu tenho momentos em que sinto uma solidão profunda. Sufocante. Uma sensação de desamparo mesmo estando rodeada de pessoas que me amam. A realidade é que, e isso me veio através da terapia, eu tenho uma tendência grave e ao mesmo tempo comum de me auto-sabotar, na tentativa de me dar a ilusão de que tenho controle absoluto sobre tudo ao meu redor.

Afinal, ninguém vai conseguir me machucar se eu fizer isso primeiro… Não é?

Pois é. Uma falsa sensação de controle.

Minha psicóloga indagou quando chegamos nesse ponto:

“E se, ao invés de chegar na frente pra se machucar antes que alguém mais o faça… Porque não chegar na frente e fazer o seu melhor, antes que alguém tenha a chance de atrapalhar?”

Parece simples o bastante. Porque é. Mas a gente custa a absorver, não é?

No ano passado tive essa reflexão em como era bom estar sozinha. Em se bastar mesmo estando na frente de um computador num quarto escuro, numa madrugada de Domingo. Porque no final do dia, a única coisa imutável é que eu me tenho. Eu me tenho pro resto da minha vida. O que vier além de mim, pode ser lucro ou despesa. E ambos podem ir e vir a qualquer momento, e é preciso aprender a aceitar que não tenho controle nenhum sobre outras pessoas, seja ele um controle ilusório ou verdadeiro. Aprender a lidar com isso e apesar disso, é um processo longo mas completamente possível. Perder companhias, oportunidades, flores e sensações, é tudo muito difícil e talvez nunca deixe de ser. Não tenho controle sobre isso.

Mas ninguém pode me tirar de mim.

Tem pensamento mais reconfortante do que esse?

 

Suelen Cosli

Em um relacionamento sério (comigo mesma)

01abr

Saudades de escrever aqui! Quem acompanha o blog do início sabe, que esse espaço é pra ser muito mais que cabelo e look do dia. Mas com o crescente desinteresse geral na blogosfera, acabei me deixando levar pelo momento e deixei de fazer o que eu mais gosto pelos motivos mais errados, que era simplesmente a audiência. Sendo que UM único leitor de um texto meu vale mais do que 100 leitores pra postagens de make. <3 E o texto de hoje é pesadinho viu, mas se tem um lugar que eu sei que posso me expôr, esse lugar é aqui, com vocês. Vamo que vamo!

Nós nunca estamos concluídos. Um adolescente pensando no primeiro piercing não está concluído. Um idoso centenário em seu leito de morte não está concluído. Estamos em constante evolução mesmo quando não há mais tempo pra evoluir, e isso é natural. E é aí que eu quero entrar: o tempo.

Faz pouco mais de um mês que eu terminei o que pode ser definido como meu relacionamento mais sério e real até hoje, e que durou, por vezes queridos e por vezes tortuosos, 7 anos. Sete anos é um período de uma vida. É o tempo suficiente de uma criança estar no ápice do seu aprender sobre o mundo e sobre como ele funciona. E semelhante a uma criança, foi exatamente isso que esse período nos trouxe; crescimento.

Não vou fazer mais um texto cheio de indiretas, cheio de mágoas, cheio de conversa rasa. Pelo contrário. A realidade é, eu era uma adolescente com cabeça de criança quando comecei a namorar o Hélio, e ele não era diferente. Entramos na fase adulta juntos, passamos a aprender como tudo funciona juntos, caímos e levantamos juntos. Foi como uma faculdade longa sobre como existir na sociedade, e como todo curso universitário, uma hora a gente se forma e a deixa. E todo o aprendizado? E a pessoa nova que você se torna sem nem perceber? Ela segue. Com o canudo na mão.

E continuamos evoluindo depois do fim, agora com mais gás e com uma visão de mundo totalmente diferente. Em todo esse período durante e depois do namoro, eu percebi uma metáfora que se encaixaria perfeitamente; se um relacionamento longo é uma faculdade, a fase solteira depois é uma pós-graduação. HAHA!

Nunca paramos de crescer, e pensa só, como isso é sensacional! Por vezes temos alguém pra segurar nossa mão no processo, e eu não vou dizer que isso é sempre bom. Porque alguns golpes de realidade teriam poupado nós dois de muita queda mais perto do final. Mas quem sabe? Talvez tenha sido exatamente como tinha de ser. Sem tirar nem pôr. Acho que nunca iremos saber.

Se existe uma forma “boa” de terminar um relacionamento, sem dúvida é a mais consciente possível. Consciente de que um cumpriu seu papel na vida e crescimento do outro, e que sem isso hoje seríamos pessoas completamente diferentes. Se hoje eu estou feliz comigo mesma, é sem dúvida por conta dos últimos sete anos.

Obviamente não foram tudo rosas. Afinal são SETE anos. A fase das rosas acaba no máximo nos 6 primeiros meses, dependendo do casal. HAHA! Mas se tivesse sido tudo tão bom o tempo todo, sem dúvida, não teria sido real, e não teria servido de nada no final. Deixa eu contar pra vocês, que a zona de conforto, é uma coisa perigosíssima pro nosso bem-estar mental. É um capirotinho que fica ali no cantinho do quarto te vigiando 24/7 se certificando de que você não vai fazer nada que o ameace. Resultando em muitas das minhas crises de ansiedade no dia-a-dia, claro. A zona de conforto, dã, é confortável sim. Tão confortável quanto se deitar num bote com um fone de ouvido e uma trilha sonora bem gostosinha, apreciando o céu azul no meio do rio.

Exceto que o bote tá furado. Mas você já sabe disso, assim como sabe também que lidar com isso vai te causar muito estresse, então é melhor ignorar.

Nós terminamos quando já estávamos com a água do rio pelo pescoço. Eu só estava me machucando, e ele estava se machucando por se importar em estar deixando eu me machucar. Porque várias vezes fomos a causa um do outro desses machucados perto do final. Toda a nossa dinâmica podia estar a merda que fosse, mas abandonar o barco parecia uma ideia absurda.

Quando na realidade, é a única forma de nadar até a margem. E você já tentou nadar de mãos dadas? É difícil pra burro. O mais certo era que os dois iriam morrer afogados. O que fazia mais sentido era soltar o outro. E foi o que fizemos. Nos separamos, juntos.

Óbvio que foi bem difícil. Sair da zona de conforto, sendo uma pessoa extremamente ansiosa e depressiva, chegou a me deixar doente. Nos primeiros 3 a 4 dias eu não saí da cama pra nada. Nem pra comer, nem pra tomar banho, eu nem lembro se usei muito o banheiro, porque não tinha nada no meu corpo pra ser expulso (ou assim eu pensava, mas mais sobre isso mais pra baixo). Eu sobrevivi basicamente a base de água de coco que a cuidadora da minha avózinha basicamente me obrigava a tomar. No quarto dia eu concordei em comer um pão francês com queijo e presunto que ela fez. Mas eu ainda não queria sair do meu quarto.

Nesse meio tempo sucumbi a muitos clássicos; conversas cheias de sentimento e mágoa e lágrimas e tudo que tinha direito, todos os dias, com ele e com a tia dele (que sempre foi meio que minha sogra) HAHAHA, crises de choro sozinha e por áudio com alguns amigos, uns antigos, uns mais recentes, mas todos extremamente presentes, mesmo de longe. Teve ainda, quando comecei a sair de casa, os episódios classiquíssimos dentro do carro ouvindo marília mendonça e chorando igual uma condenada (quase morri batendo o carro umas 6x HAHAHA rindo com respeito). Enfim. Eu to rindo agora, mas na época – que durou as primeiras duas semanas – foi bem intenso. Deixei muita gente preocupada demais, e dessa parte me arrependo, apesar de que foi realmente inevitável. Contudo, gosto de pensar nessa fase como sendo aquele primeiro momento de realização de que cheguei na margem sozinha, quando estava acostumada por anos a ter uma pessoa especial segurando minha mão. A solidão. O medo de estar sozinha.

Nós criamos uma dependência nada saudável um no outro. Houveram vários momentos em que não conseguíamos trabalhar, estudar, nada. Não sabíamos na época, mas tudo tava diretamente relacionado ao estado que nosso relacionamento estava. E é muito louco como a gente não percebeu nada.

O término foi num domingo de manhã. Não… Na verdade foi na sexta a noite. No sábado a noite rolou todo o medo e desespero, e acabamos voltando, decidimos “continuar tentando”. Prometemos fazer terapia de casal, conversar mais, rever onde cada um poderia ceder em todos os campos competentes. Tentar mesmo.

Mas daí, no domingo de manhã. Ah, o domingo de manhã… Nada como uma noite em claro pra colocar tudo em perspectiva, botar os pensamentos em ordem. O resultado, vocês já sabem. Essa próxima parte do texto é um pouco pesada, penso eu, mas peço que tenham paciência e estômago e não desistam de mim ainda.

Eu tentando organizar azidéia, aqui representadas por um pisca-pisca de fio de cobre emboladíssimo HAHA

Acabamos terminando pela segunda vez, e agora definitivamente, via whatsapp. Acho que pessoalmente teria sido difícil demais. Teria sido difícil da forma que fosse, na verdade. Não tem como abandonar um porto seguro ser fácil. Mesmo tendo plena consciência de que isso era necessário pra conseguir alcançar a próxima fase da minha vida adulta; ser o meu próprio porto seguro.

Logo depois da mensagem final, eu tive que enfrentar uma situação rotineira na minha casa, que é a de apaziguar brigas entre minha mãe e meu padastro. Normalmente, eu o fazia sem muitos problemas (fora o estresse emocional), mas dessa vez foi absurdamente diferente. Subi a escada, cheguei na porta aberta, olhei para os dois, abri a boca pra passar um sermão e… Travei. Não consegui respirar. E por fim, vomitei. Bem na entrada do quarto.

No outro dia, fiz minha primeira visita a uma psicóloga. Eu cheguei lá um caco. Um verdadeiro navio naufragado nas minhas próprias lágrimas. O olhar da psicóloga era tão triste e iluminado que servia quase como um espelho, o qual eu evitava olhar por medo do que poderia enxergar. A forma que ela me olhava enquanto eu desabafava sobre tudo que havia acontecido, era como um reflexo doloroso do que eu já sabia; que eu parecia um animal ferido na beira da estrada. Algo que normalmente eu sempre passei por cima de tudo e até de mim mesma pra conseguir salvar. Eu já estava acostumada a me negligenciar em prol de ajudar os outros. Mas e quando quem precisava da minha ajuda era eu mesma? Eu não sabia o que fazer. Eu estava sozinha pela primeira vez em anos, e tudo era extremamente assustador e sufocante.

Na manhã de domingo, eu não consegui ajudar meus pais a se entenderem como sempre fiz. Foi a primeira vez que fui fisicamente e mentalmente incapaz disso. Desci a escada com a ajuda da Iona e vomitei do topo dela também. Mas não saía nada minimamente palpável. Mais tarde, na psicóloga, vim entender que esses episódios foram respostas do meu organismo á dor psicológica massante que eu estava sentindo. Meu corpo precisava de qualquer forma expulsar aquela dor toda pra fora. Era uma dor psicológica que se manifestava como física. E essa foi a forma que ele encontrou. Nossa mente e nosso corpo são coisas muito loucas, não? Nunca deixo de me impressionar.

Eu me senti infinitamente mais leve depois da consulta com a psicóloga. Se tem uma coisa que vou recomendar pelo resto da vida, é essa. Vá a um psicólogo quando não estiver bem. Psicólogos e terapeutas são um tesouro nacional e nós não os merecemos. Eu voltei lá mais uma vez na mesma semana, mas depois não voltei mais por motivos de dinheiros, infelizmente. As duas vezes no entanto me fizeram avançar no processo de cura natural em uns 80%, mas sem pular nenhuma etapa, apenas comprimindo o sofrimento num tempo mais curto. Não sei como eu estaria hoje se não tivesse me rendido aos cuidados de uma profissional. Obrigada Dra. Juliana. <3 Ah, o Hélio também iniciou tratamento com uma terapeuta (que ele continua indo), e posso atestar que ele também nunca havia se entendido tanto como agora. E como nos compreender influencia em todos os campos da nossa vida. Como é importante!

Voltamos a nos falar mais normalmente aos poucos depois de algumas semanas. O que foi estranho, é que a parte física, os beijos, o carinho, etc; de nada disso eu sentia falta. Mas eu sentia muita falta de ter uma pessoa pra mim com quem pudesse contar pra tudo. Pra quem eu pudesse contar tudo. Eu não sentia falta do meu namorado. Sentia falta do meu melhor amigo, que coincidentemente ou não, era meu namorado. Fiquei um pouco aliviada quando percebi isso semanas depois. Senti que mesmo doendo naquele momento, eu ia conseguir seguir em frente dentro de algum tempo.

Acredito que já estamos em plena paz um com o outro, apesar de nos falarmos bem pouco. Ainda mais quando já acostumados a se falar e se ver todo santo dia durante sete anos. Deixar isso foi um baque danado. Mas a forma que eu saí dessa pancada depois, foi uma surpresa e tanto. Eu passei a prestar mais atenção em mim.

Eu passei a me dar mais atenção, a ouvir mais o que eu mesma tinha a dizer sobre como eu estava me sentindo e o que isso significava. É até difícil de explicar. Mas acho que essa é a melhor forma que encontrei. Eu passei a me entender melhor.

O que, acreditem ou não, resultou numa diminuição feroz de crises de ansiedade e de depressão. Resultou numa força de vontade incrível em ser melhor pra mim mesma, de me cuidar mais, de me preocupar mais em como EU me sentia mais bonita e vice-versa. Eu meio que descobri que sempre vivi num universo X, e agora eu era meu próprio universo. Mais de um mês depois eu sinto que já me basto. Que estou num relacionamento sério comigo mesma.

Meu relacionamento com o Hélio foi incrível. Foram sete anos de puro companheirismo e apoio de todo tipo, que acabou terminando por ter evoluído, naturalmente, de uma paixão adolescente… Pra uma amizade verdadeira. E tem forma de amor mais sincera do que essa?

Pra tristeza da nação (nossos amigos e familiares HAHAHA), não, nós não pretendemos voltar. Sentimos que cumprimos com maestria nossos papéis na vida um do outro. E que graças a isso, podemos “nos formar” nessa fase do início da vida adulta, e começar uma fase totalmente nova. Separados, sim. Mas pensando bem, separados sempre estivemos, só somos condicionados a viver em constante negação disso (falando da falácia da metade da laranja, quando deveríamos ser uma laranja completa por nós mesmos.). Como um amigo me disse uma vez, enquanto eu ainda estava deprimida: “Nós nascemos sozinhos. Nós morremos sozinhos.” podemos ter companhias maravilhosas ao longo da vida, mas no final do dia, precisamos estar bem estando sozinhos. Precisamos estar de bem com nós mesmos. Condicionar nossa felicidade pessoal á outra pessoa é extremamente injusto com ela, e desastroso pra nós mesmos.

E foi isso que eu aprendi com o meu término de namoro.

Agora me encontro feliz e plena comigo mesma como nunca me senti antes. É tudo muito estranho, muito novo, e muito excitante. Toda vez que faço algo sozinha, que normalmente dependeria de outra pessoa (até mesmo ir no banco, morria de medo de ir sozinha aaaaa), por mais simples que seja a tarefa… É muito bizarro! Eu fico me sentindo a mulher maravilha só por dirigir pra casa sozinha a noite, com as minhas músicas nas alturas, e fazendo ‘golfinho’ com a mão pra fora da janela. HAHAHA!

Moral da história

Os conselhos da noite ficarão sendo:

  1. Visite um psicólogo quando estiver se sentindo mal.
  2. Preste mais atenção ao que seu corpo tenta te dizer diariamente.
  3. Saia pra dar uma volta de carro de madrugada só com você mesmo e suas músicas favoritas.
  4. Desconstrua a ideia de que você não pode ser feliz sozinho.

Obrigada a todo mundo que leu até aqui. Quero aproveitar pra anunciar que o divã da mini-suu está de volta pra quem quiser conversar.

Prometo não decepcionar.

Eu amo vocês! <3

Beijos!

PS: Todas as fotos maravilhosas do post são obras de arte da Caroline Lins! <3

Suelen Cosli

Transição Capilar | Estou preparada?

23fev

Oi gente marlinda da minha vida! Hoje vamos falar de um certo período que muita cacheada já passou, e que vai além da famosa e simplista “tesourada” conhecida como BC (Big Cut). A baita fase que é a Transição Capilar!

Quem vê de fora pode até pensar que essa fase não é assim “grande coisa”, e pra algumas pessoas, impressionantemente, não é! Inclusive várias palmas pras desprendidas, porque eu e minha casa serviremos á minha juba HAHAHA e nossa, eu demorei muuuuuuito na transição! Foram vários truques envolvidos, muito coque e cabelo preso, e muito, mas muuuuuito creme de pentear! :’D

Claro que, além disso, é preciso ter jogo de cintura e a plena realização de que você não tá sozinha nessa. Todo dia o número de cacheadas corajosas determinadas a recuperar suas molinhas só cresce! <3 Não precisa ter pressa durante a transição capilar, você só deve cortar seu cabelo quando estiver plenamente confortável com o cumprimento da raiz sem química. Não existe tempo certo! Lembre-se que você está passando por essa fase por você e ninguém mais.

Pro meu azar, na minha época não haviam tantas opções maravilhosas no mercado como existem hoje pra cacheadas, algumas até mesmo super específicas. E quem tá passando pela fase sabe, é de importância crucial a forma como levamos esse tempo até o famoso corte. Relaxa, o passo mais difícil, é ao mesmo tempo o mais fácil;  começar. E desmarcar aquele horário já rotineiro com a cabeleireira.

E uma coisa que pode fazer você desistir durante a transição é, justamente, o aspecto que fica o seu cabelo durante esse processo. Se você tem uma auto-estima frágil (tipo eu), isso pode ser bem difícil. 🙁 mas não impossível! Por muitas vezes eu tive vontade de desistir e passar uma chapinha que fosse (o que vale destacar, é permitido) pra igualar a raiz ao comprimento, mas segui firme na base dos truques!

Truquezinho #1: O dedoliss!

Você vai precisar de:

  • Creme de pentear cacheado
  • Gelatina Capilar
  • Seus dedos

O dedoliss talvez ainda tenha uma fama meio injusta, baseado em cachos grossos e uniformes demais, similares áqueles que a sua mãe fazia em você quando tinha 5 aninhos. Mas gente, durante a transição, o dedoliss pode ser seu principal aliado no dia-a-dia. A técnica é absurdamente simples; basta, após o banho e uma camada generosa da sua gelatinacapilar favorita misturada ao seu creme de pentear para cacheadas (na proporção de 3:1), separar seu cabelo em mechas, enrolar cada uma com os dedos, e aguardar secar. Depois de seco, é só desfazer gentilmente cada cacho com os dedos. Simples né? <3

Dica: Se a sua química for muito forte e dificultar esse processo mesmo com o cabelo molhado, experimente prender cada cacho contra a raiz com um grampo.

Produtos recomendados pela tia Su pra esse processo: Novex Meus Cachos de Cinema Manteiga Ativadora de Cachos  + Novex Meus Cachos Gelatina Poderosa

Truquezinho #2: A chapinha!

Você vai precisar de:

  • Chapinha
  • Protetor térmico

Não me bate! Haha não é porque você está -finalmente- saindo dessa vida, que vamos demonizar a chapinha!

Quando a raiz ainda está pequena, usar a chapinha pra igualar a textura do cabelo pode ser uma opção mais tranquila pra você que ainda está se adaptando. 🙂 Não tem mal algum nisso, fique deboas! <3 Porém, é muito importante que você proteja seus fios nesse processo, especialmente essa parcela que ainda está “virgem”. Por isso, não deixe de hidratar a raiz e também de usar um protetor térmico. Após isso, é só separar o cabelo por camadas e aplicar a chapinha na raiz, puxando pro comprimento.

Dica: Esse método é bem legal pra quando a raiz ainda é curtinha, por isso, procure usar uma chapinha pequena – tipo aquelas específicas pra franja.

Produtos recomendados pela tia Su pra esse processo: Novex Blindagem Antipoluição O Poderoso Carvão Ativado

Truquezinho #3: A fitagem!

Você vai precisar de:

  • Creme de pentear cacheado
  • Gelatina capilar
  • Tecido de algodão
  • Seus dedinhos

Esse método foi o que eu usei durante quase toda a minha transição, porém, ele tem um efeito mais satisfatório se o comprimento do seu cabelo não tiver uma química tão agressiva de modo que fique liso escorrido (o meu por exemplo, era uma escova marroquina sem formol. Ou seja, era liso, mas ainda tinha umas ondinhas tímidas), ou se a parte “virgem” já for maioria em comparação a parte alisada. Ou seja, quando você tiver já um bom tempo de estrada na transição.

Depois de aplicar a misturinha do creme de pentear e da gelatina na proporção de 3:1, é só dividir o cabelo usando os dedos pra formar várias “fitas”, e em seguida amassar as mechas com um tecido de algodão. Deixe secar naturalmente. <3

Dica: É importante que o tecido seja 100% algodão pra não gerar frizz!

Produtos recomendados pela tia Su pra esse processo: Novex Meus Cachos Gelatina Poderosa + Novex Meus Cachos Manteiga Ativadora de Cachos Pra Divar Se Joga no Brilho


E aí, já testou algum desses métodos? Eles são bem clássicos, né? E de quebra o #1 e o #3 ainda podem ser usados depois do big cut! 😀

Ano passado eu ainda apresentei uma família de produtos bem bacana totalmente dedicada a sobrevivência nessa fase que é a transição capilar, olha só:

Os produtinhos desse vídeo você também encontra no site da embelleze.com

Me conta que outros métodos você conhece! <3

Esse post é um publi elaborado com muito carinho com opiniões pessoais e imutáveis da autora do blog. <3

Suelen Cosli
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