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A auto-sabotagem e o controle ilusório que ela traz

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Em um relacionamento sério (comigo mesma)

A auto-sabotagem e o controle ilusório que ela traz

30jun

Esse final de semana saí da minha cidade em um avião pela segunda vez nesse ano. É engraçado como pisar em um aeroporto me deixa reflexiva sobre tudo que tá acontecendo na minha vida em dado momento. E foi irônico, porque da mesma forma que eu estive no dia anterior no consultório da minha psicóloga, chorando muito dizendo como me sentia sozinha… No dia seguinte, estava vibrando de felicidade em estar viajando, em especial, sozinha. Estar nas nuvens, mesmo que por um período tão pequeno, foi uma sensação tão familiar e ao mesmo tempo me surpreendeu ao ponto de eu sentar pra escrever esse post hoje, em cima da ironia desses dois extremos do mesmo estado; o estar sozinho. E por quê?

Temos medo do desamparo ou de reconhecer quem somos na forma mais crua, quando não tem ninguém por perto? Ou talvez os dois?

Então… Eu fui pra Parintins mais uma vez esse ano. Sinceramente, além de feliz, fiquei surpresa. Porque devido a todos os últimos acontecimentos na minha vida, que de uma forma ou de outra me frearam tanto a ponto de eu sentir que estava indo pra trás, eu sentia que “não merecia” estar indo.

Pensando nesse termo, “ir para trás”, brinquei pensando que de certa forma isso nem deveria ser algo ruim… Já que eu costumava ter um controle melhor da minha condição psicológica no passado.

Exceto que eu estava literalmente andando pra trás, sem saber se iria pisar em falso e me machucar, mas sentindo que era isso que ia acontecer e que era inevitável. Afinal era melhor que eu mesma caísse, do que ter outra pessoa me empurrando. Uma sensação de controle…?

No ano passado, eu redescobri o que era estar sozinha. Que a palavra em si tem uma carga pesada, mas conforme percebi, desmerecida.

Ainda sobre o ano passado, se teve algo que eu aprendi foi que o “estar sozinho” acaba sendo diferente da solidão, apesar do dicionário não diferir o sentido dos termos. Na teoria, são a mesma coisa. A prática nós temos que viver pra assimilar.

Eu tenho momentos em que sinto uma solidão profunda. Sufocante. Uma sensação de desamparo mesmo estando rodeada de pessoas que me amam. A realidade é que, e isso me veio através da terapia, eu tenho uma tendência grave e ao mesmo tempo comum de me auto-sabotar, na tentativa de me dar a ilusão de que tenho controle absoluto sobre tudo ao meu redor.

Afinal, ninguém vai conseguir me machucar se eu fizer isso primeiro… Não é?

Pois é. Uma falsa sensação de controle.

Minha psicóloga indagou quando chegamos nesse ponto:

“E se, ao invés de chegar na frente pra se machucar antes que alguém mais o faça… Porque não chegar na frente e fazer o seu melhor, antes que alguém tenha a chance de atrapalhar?”

Parece simples o bastante. Porque é. Mas a gente custa a absorver, não é?

No ano passado tive essa reflexão em como era bom estar sozinha. Em se bastar mesmo estando na frente de um computador num quarto escuro, numa madrugada de Domingo. Porque no final do dia, a única coisa imutável é que eu me tenho. Eu me tenho pro resto da minha vida. O que vier além de mim, pode ser lucro ou despesa. E ambos podem ir e vir a qualquer momento, e é preciso aprender a aceitar que não tenho controle nenhum sobre outras pessoas, seja ele um controle ilusório ou verdadeiro. Aprender a lidar com isso e apesar disso, é um processo longo mas completamente possível. Perder companhias, oportunidades, flores e sensações, é tudo muito difícil e talvez nunca deixe de ser. Não tenho controle sobre isso.

Mas ninguém pode me tirar de mim.

Tem pensamento mais reconfortante do que esse?

 

Suelen Cosli

Guia: Viajando sozinha

06jan

Lembram do WLFB3? Aquele concurso que é só amor e até hoje ainda me enche de amor? (E olha que eu nem ganhei viu), pois é, pra ir pra fase presencial lá em Porto Alegre, tia suh precisou viajar sozinha. Tipo, ficar num avião sozinha. Aqueles bagulho grande, que pesa trocentas toneladas e ainda assim consegue ficar suspenso no ar a uma cacetada de quilômetros do chão. Neste caso eu, suele, estava a uma cacetada de quilômetros do chão sozinha dessa vez em particular. Solitária. Sozinhona. Forever alone.

Até o dia anterior eu estava DE BOA, tava nem me ligando de nada. Ou assim eu achava, que ia tirar de letra essa experiência bobinha. Ledo engano. Tão ledo. Mais ledo que a Leda, a moça que acha que primo não é parente então bola frente, parente do Luís Fernando em Maria do Bairro. (To perdendo o foco de neuvosor)

Pois foi só ir acompanhada do Olhos Verdes até o despacho de bagagem que eu comecei a ter um sentimento de estranheza.

Invocado que a gente só percebe como depende de outra pessoa pra certas coisas, quando elas não vão com você pro que costumam ir (oi?). Foi assim comigo e Hélio.
Assim que chegamos na entrada da parte interna do aeroporto (aquela que você só tem acesso se tiver passagem na mão mesmo), e diferente do que era de costume, o namorado parou de andar pouco antes das faixas de contenção. Virei pra ele com o já conhecido barulhinho frio e metálico de ficha caindo.

Com lagriminhas de nervoso nos olhos me despedi do namorado e entrei.
Ok, agora abandonamos a crônica de medos irracionais da suelen pra de fato começarmos o guia baseado na minha experiência, que foi na realidade super fácil e intuitiva. Portanto não se deixem enganar com o nervosismo da tia suh, que eu penso que pode ser o caso de muitos de vocês que também ficam nérvoros com situações novas. Mas nada temam! No pior dos casos sempre tem um funcionário no aeroporto feliz em te ajudar, caso você precise. Vamo que vamo!

  • Esteja sempre com um documento com foto em mãos (no bolso, na carteira, enfim, cê vai precisar da sua identidade/carteira de motorista pra tudo!)
  • Faça uma checklist um dia antes da viagem, deixar pra última hora sempre dá no desespero de ter esquecido algo em casa.
  • Saia de casa de barriga cheia (comida de aeroporto É CARA PRA DEDÉU)
  • Leve na bagagem de mão um mini-kit de emergência (remédio pra enjôo, bandaid, etc)
  • Salve qualquer código ou informação do vôo no celular, na galeria (porque não se sabe em que áreas do aeroporto você vai ficar sem sinal e sem internet) e também anotado ou impresso em algum lugar (sabe lá se seu celular vai fazer a doida e desligar)
  • Caso queira ou precise dormir no vôo, mantenha seus pertences no compartimento superior da sua poltrona e cheque se está tudo ok antes das portas abrirem quando rolar o pouso (tem tempo de sobra), e de resto como celulares/ipods/etc, na mão e dentro do bolso! Ser roubada dentro de um avião é bem difícil porque literalmente não tem pra onde correr quando o ser é pego, mas pode acontecer. Não dê brecha!

A primeira coisa a fazer, é o checkin no seu vôo. Isso pode ser feito pela internet, no seu computador ou smartphone ou sei lá na pia da cozinha (se ela pegar internet), ou no totem de atendimento no aeroporto. É no checkin que você vai escolher onde vai sentar no avião e imprimir seu cartão de embarque (ou cartões de embarque, caso você faça conexão em outro lugar antes do seu destino), que contém o código de barras que os funcionários do aeroporto vão precisar pra te identificar. No meu caso, eu fiz primeiro o checkin em casa, pela internet alguns dias antes da viagem (onde escolhi minha cadeira no avião), e depois uma hora antes do vôo fui no totem com o código gerado pelo checkin no celular, e o digitei na máquina pra imprimir o cartão de embarque. (Dá pra fazer isso com o número do seu RG também) é realmente bem facinho e sempre tem um funcionário perto do totem pra te acudir se precisar.
Dica: viajando sozinha, prefira sempre lugares no corredor! (já explico)

Ok, passamos por isso na novela acima, mas acho importante passo-a-passo-ar mesmo assim.
Feito seu checkin, vá com seu cartão de embarque para os guichês de despacho de bagagem. Antes de mais nada, vá no site da empresa verificar o que é permitido ou proibido levar tanto na bagagem de mão, quanto na mala, pra não ter surpresas desagradáveis depois, assim como o peso máximo da bagagem também. Parece lezeira porque você não ta indo pra nenhuma convenção ninja pra precisar levar adagas e etc, mas vê minha cara de surpresa quando fiquei sabendo que não podia levar desodorante em spray na bagagem de mão.
Dica: Pra não levar mais ou menos roupa que o necessário, fazendo volume desnecessário e ocupando espaço precioso na mala, divida seus looks de acordo com a quantidade de dias que você vai passar fora. Pode separar eles com as peças dobradinhas juntas ou em sacolinhas. BEM mais organizado e útil.

Como dito lá em cima, tenha sua identidade (e agora a essa altura, seu cartão de embarque) com fácil acesso a todo momento, porque vão te pedir pra mostrá-la em vários momentos. Pra chegar no portão de embarque do seu vôo, você primeiro vai precisar passar por uma fila pra chegar ao detector de metais. Antes dele, já tenha tirado seus brincos, colares, e o que mais possa fazer o trem apitar e atrapalhar a fila.
Dica: Não adianta ir arrumadona pro aeroporto mana. Na hora do detector de metais, vai ter que tirar casaco, óculos, jóias e ás vezes até botas. Vai numa nice, e quanto mais confortável melhor, já que passar horinhas apertada num avião sempre pode ter uma ajudinha.

Depois daí é só alegria! (Quase) O número/letra do portão do seu vôo ta impresso e é só correr pra lá (ou andar se você não for atrasada que nem eu).

Agora, o porquê da dica de sentar no corredor ao viajar sozinha.
Quando fui pra semifinal em RS, que claro deu origem a esse post, passei um pequeno perrengue na viagem Manaus – SP, onde era minha conexão. Lerda que sou, havia escolhido um assento na janela.

Acontece que, e eu não estou dizendo que isso vai acontecer com você, um senhor (não velhinho, seilá, evitei ficar olhando mas devia ter uns 40) sentou na cadeira do meio, do meu lado, e digamos que o dito cujo sofria de uma condição infelizmente não muito rara chamada saco de cristal.
Perdão, caros floquinhos, pelo termo usado– MAS GENTE QUE ÓDIO QUE EU TÔ (de lembrar), pra quem não conhece a condição, se trata de um homem que quando sentado se sente confortável quando, e apenas quando, ele estiver com as pernas bem afastadas, ocupando metade – METADE – do meu assento, e metade do assento do corredor que aliás ficou vazio o vôo inteiro. É. Foi um vôo de 4 horas em que tia suh ficou espremida contra a parede do avião pra não encostar nesse senhor. Que inclusive também tinha o cotovelo ocupando inteiramente o braço da poltrona e ultrapassando a mesma, também pegando espaço a mais do meu lado. NÃO SEJA ESSE CARA.

Simulação real. Sério. Sem putaria. EXATAMENTE ASSIM.

Tia suh foi uma besta pois devia ter dito alguma coisa, um DÁ LICENÇA?? ou uma mudança estratégica de lugar pois provavelmente haviam outras poltronas vazias no avião (DICA RELÂMPAGO: Frente a uma situação de desconforto, procure outra poltrona vazia quando o sinal de cinto de segurança estiver desligado.)

Anyway, chegando em SP com um torcicolo maldito e muito mUITO MUITO SONO (não preguei o olho, obviamente), e com meu outro cartão de embarque parti pro próximo portão. Dessa vez felizmente sentei do lado de dois jovens simpáticos que não sofriam de nenhuma anomalia cultural de pensar que pernas fechadas poderiam prejudicar sua masculinidade viril. (VULGO B**** DE OURO) E quando chegou o dia de voltar, escolhi assentos no corredor, bastante espaço e bem mais conforto. Um cara tentou puxar papo, mas educadamente desguiei. E foi tudo tranquilis dibois.

Espero que o post tenha ajudado vocês! <3 Se houver alguma dúvida ou sugestão, já sabem: COMENTA SEU LINDO E SUA LINDA

Beijos de neve
that’s new

Suelen Cosli