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O que é ser um fã?

31jan

Já há muito eu decidi que minha próxima tatuagem será uma imagem na parte posterior da minha coxa direita. Fiz até uma montagem pra ver que diva que ia ficar. O problema é que a imagem dita se perdeu no meu antigo computador e tive problemas pra encontrar ela na net de novo, daí ainda to vendo como vou fazer.

Mas claro, ao decidir, o que não faltou foi gente pra me julgar. Idolatria, empolgação, babaquice, futilidade, enfim, escutei de tudo um pouco por querer ter  a imagem de uma pessoa que eu nem conheço e que já morreu na minha pele pra sempre.

E ser fã não foi nem uma justificativa pra fazer esses julgadores pensar duas vezes. Foi o mesmo que ter dito nada! E só reforçou o negócio de idolatria (que aliás, é pecado), a empolgação, etc.
Mas afinal, o que é ser fã pra você?

Segundo o wikipédia… Papo, sai dessa, fiz esse blog pra conversar com quem lesse e não repassar informação do portal de cola mais famoso do planeta; você concordando ou não, eu vou dizer o que é ser fã na minha concepção.

Fã, com o tempo, virou uma palavra tão desvalorizada quanto ‘amigo’, ‘eu juro’, e ‘eu te amo’s. Virou uma coisa que você fala pra qualquer coisa que expresse alguma (por menor que seja) admiração a algo ou alguém. E o que se pode fazer quanto a isso? Nada. Mas assim como nem todos os amigos são ‘amigos’, e nem todos os eu te amo’s são ‘eu te amo’s, nem todo fã é só mais um ‘fã’.

Eu, me tomando como exemplo, gosto de ouvir, ver, e admirar esse artista desde que me lembro que sou gente. Grande parte disso se deve a minha família, que viveu o tempo bom da música (Sorte deles!) e, nostálgicos como todo mundo gosta de ser, vez ou outra tocavam enquanto eu crescia grandes sucessos não só dele, como de muuuuuuuitos outros de respeito, como Queen, Donna Summer, ABBA… Vocês sabem de quem eu falo. Mas esse, em especial, me atraiu MUITO por vários fatores.


Eu era uma criança que sempre foi encantada com dança. Nunca fiz aulas, nunca participei de grupos, nunca botei um banner na testa dizendo EU SEI DANÇAR pro mundo todo ver (até porque eu não sabia, lol), mas ei, podia ser até Na boquinha da garrafa (infelizmente minha mãe tem registro em vídeo disso AIMEURIM me esqueçam, eu não tinha mais de 3 anos pff), eu parava pra olhar, entender com aquela mente de criança os passos e como eu podia imitar. Porque como parecia divertido!
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=vyR2Faf8uHI]
(Exemplo perfeito do que eu quero dizer acima.)

Quando eu olhava ele dançar, por um lado me deixava profundamente angustiada. CACETE, sabe? Como é que se anda pra trás? Como é que se consegue trocar de movimentos tão rápido? Como é que ele conseguia tornar passos de dança qualquer tão diferentes só porque era ele quem fazia, como se não fosse só uma rotina coreografada e pensada pra ser só “uma coreografia de dança”, mas como se as ondas de som passassem por dentro do corpo todo como ondas elétricas e escapando por todos os poros de cada centímetro de pele?

Sério. Até hoje, é exatamente isso que eu vejo. Nunca vi ‘só uma sequência de movimentos’. Sempre vi alma, sentimento, a arte máxima da expressão corporal. Alguém que dança, ao invés de conversar ou ir a um terapeuta (se souber um pouco sobre a vida pessoal dele, vai saber que ele seria um candidato vitalício a terapia) pra tirar algo pesado das costas.

Fora a dança, toda essa energia também conseguia ser transmitida através da voz. Só que, ao contrário de milhares de artistas atuais e de qualquer outra época, mais de dois terços do sentimento transmitido não era por palavras e sim, mais uma vez, pela energia e a emoção passada pelas cordas vocais.



Mas foi só depois que eu cresci, que eu passei a prestar atenção no que aquelas palavras, de certas músicas, significavam – até mesmo porque, foi quando eu comecei a ter noções de inglês – e nossa, não tinha como ser mais incrível e complexo, e ao mesmo tempo tão simples e objetivo.
“Vou fazer uma mudança, pelo menos uma vez na vida.Vai me fazer sentir muito bem, vai fazer a diferença, vai consertar as coisas. Assim que puxo o colarinho do meu casaco de inverno favorito, esse vento sopra na minha mente. Eu vejo crianças nas ruas, sem o suficiente para comer, quem sou eu pra ser cego e fingir não ver suas necessidades? (…) Eu vou começar com o homem no espelho, estou pedindo a ele para mudar, e nenhuma outra questão poderia ser mais clara, se você quer fazer do mundo um lugar melhor, olhe para si mesmo e faça uma mudança.”  
 Man in the mirror
“Sabe, não se trata de raças. Só lugares, rostos, de onde vem o seu sangue é onde fica o seu espaço, eu já vi a luz ficar obstruída, não vou passar minha vida sendo uma cor.”
Black or white
“Me diga o que se tornaram os meus direitos, eu sou invisível porque você me ignora. Sua proclamação me prometeu liberdade, não, eu estou cansado de ser vítima da vergonha. Estão me jogando numa classe de nomes sujos, eu não posso acreditar que esse é o lugar de onde eu vim. Sabe, eu odeio ter de dizer isso, o governo não quer enxergar, mas se Roosevelt estivesse vivo ele não deixaria isso como está.”
They don’t care about us
“O que nós fizemos com o mundo? Veja o que nós fizemos. E quanto a toda a paz que você pregou ao seu filho único? E quanto aos campos floridos? Existiu um tempo. E quanto a todos os sonhos que você disse que eram seus e meus? Você já parou pra pensar, em todas as crianças mortas na guerra? Você já parou pra pensar, que esta terra está chorando litorais?”
Earth song

Posso passar a noite citando exemplos, mas por esses trechos acho que já fiz meu ponto.
E foi com essa vibe que eu cresci. Foi com essa vibe que eu até formei boa parte do meu caráter.
Eu cresci amando música, e sentindo a música passar por dentro de mim, ao invés de ser só um acompanhamento pra alguma outra coisa que eu estiver fazendo.


Cresci ouvindo, assistindo, admirando e sentindo tudo que uma pessoa que eu nunca conheci tinha pra me passar.

Cresci com uma imagem imaginária daquela pessoa depois de conhecer tudo que havia sobre a vida dela disponível na mídia (e como devem lembrar, mediante a fama, não foi pouca coisa), onde por várias vezes meu inconsciente me provou ter pensamentos puros e infantis; já sonhei que o conhecia e ele me consolava a respeito da morte dele, e ainda se tornava um amigo e protetor – me pegava chorando de emoção á lembrança disso. Sério, dava um reino pra ter aquele sonho de novo (sabe AQUELES sonhos que parecem muito reais pra ser só aquilo?).

Não se trata de futilidade. Não se trata de fanatismo superficial. Nunca se tratou.
Se trata apenas disso.

Sou FÃ, e não ‘fã’ do Michael Jackson, sim. É uma das coisas das quais mais me orgulho, e que por ter raízes tão incrivelmente fortes no meu passado e na formação do meu pensamento enquanto passava da infância pra idade adulta, sei que nunca vai ‘deixar de ser’ algo especial. E especial o suficiente pra ficar marcado na minha pele e sempre lembrar de como a música pode ser muito mais do que apenas um som, de como a dança pode ser muito mais do que só uma sequência de passos, e de como uma visão imaginária de alguém pode se tornar uma figura de força pra não desistir. De como essa mesma visão pode causar tanta dor tão sincera até hoje, uma vez que se foi pra outro lugar onde não se tratam seres humanos como atrações de circo.

E isso é o que significa ser fã na minha concepção.

Pra finalizar esse post, que acabou sendo muito emotivo pra mim, eu vou deixar aqui o clipe oficial de Behind the Mask, que foi feito depois da morte dele, com imagens reais de milhares de fãs ao redor do mundo dançando, com bichos de estimação, fazendo flashmobs, cartazes, tocando, cantando… Vale muito a pena assistir. É um clipe MUITO emocionante pra mim, justamente por saber que os fãs que aparecem nele, não são nem 1% da base de admiradores dele ao redor do mundo. É algo realmente impressionante e que não se vê pra qualquer artista.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=fx2ZmhYHxH4]
Peace out!

Suelen Cosli

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  • Anônimo setembro 17, 2014

    FALOU TUDO E MAIS UM POUCO
    Me identifiquei com tudo que vc disse no post, sempre que eu digo alguma coisa sobre isso, oque mais tem são pessoas para falar “ele/ela nem sabe que vc existe” “é só fase”.
    Mas a maioria dessas pessoas não entendem o porque de você ser fã da pessoa, oque ela significa pra você.
    E hoje em dia oque mais tem é gente que se diz “fã” daquela pessoa por ela estar no auge, por todo mundo estar falando dela ou esses motivos, só para dizer aos outros (oque me irrita profundamente, mas eu não fazer nada infelizmente).
    Bom, amei totalmente seu post ♥

  • Girl Supimpa fevereiro 1, 2013

    Oi ^^

    Rei do Pop! Sem dúvida ninguém irá chegar aos pés do que M.J foi e ainda é. Exemplo de persistência!

    Aguardo sua visita. Estou seguindo =)

    Beijos =*

    http://www.girlsupimpa.com/

  • Suelen Suu fevereiro 1, 2013

    Hahahah você sabe! É sempre um alívio no coração desabafar coisas assim. Obrigada pelo comentário flor!

  • Ingrid Gleize fevereiro 1, 2013

    Ser fã é assim mesmo *—–*'
    diz aí, se sentiu mt melhor no final do post né? rs

    ingridgleize.blogspot.com

  • Suelen Suu fevereiro 1, 2013

    Hahahah sem mais! [2] <3

  • Franciele Dias fevereiro 1, 2013

    Michael é mestre, sem mais!